segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Um aliado inesperado

Quando estava grávida fiz um curso de puericultura, com a finalidade de ser uma mãe "politicamente correta". O curso foi de 4 horas corridas, onde aprendemos o que fazer e o que não fazer. Conheci as duas megeras do meio pediátrico: Dona Mamadeira e Dona Chupeta.
A impressão que eu tive é que nestas quatro horas a intenção era causar uma marca mental em que eu renegasse por completo estes dois itens - e foi o que eu fiz. Sentenciei meu filho a JAMAIS tocar em mamadeira e chupeta.
Eu só não contava que ter filho não é uma receita de bolo, muito menos um cálculo matemático exato.
Tudo bem, confesso, dias antes de Nícolas nascer eu comprei uma chupeta, por descargo de consciência, "mas claro que eu não vou usar isso" e não iria mesmo rsrsrs.
Meu pequeno tesouro barulhento nasce e óbvio que todos os meus conceitos foram por água abaixo, só que agora o jogo virou. Tenho a impressão que meu bebê ouviu tanto eu falar que ele não chuparia chupeta, que veementemente se opôs ao uso. Eu cheguei a tentar amarrar um elástico tipo uma mordaça mesmo, mas sem sucesso (embora confortável - nada pra apertar o seu crânio).
O que o meu bebêzinho queria era o polegar dele, sim, ele queria chupar aquele dedinho e ser feliz. Tentei de tudo pra retirar esse hábito, mas meu filho me mostrava que tinha personalidade e nisto eu não ousava duvidar. Estava fora da minha alçada cortar esse desejo resultante de uma necessidade enorme de sucção. As pessoas achavam lindo, mas eu considerava uma falta de higiene absurda, criava imagens mentais do meu filho já um rapaz chupando o dedo e me atormentava... Enfim, se não pode vencê-los, junte-se a eles. Abri mão das minhas vontades, do filho perfeito e aceitei o meu sugador de polegar como ele é.
Recentemente questionei o pediatra sobre como tirar essa mania (algo em mim, ainda não aceitou bem...), ele me incentivou a distraí-lo conforme ele for crescendo.
Ao dormir, eh tudo muito simples: percebo os sinais de sono, ponho no berço, ele põe o dedinho na boca e tudo fica bem.
Ele supre a necessidade dele e eu por deixar que isso aconteça à maneira dele, sou premiada com tempo pra mim.
Nícolas é meu professor hoje... eu achava que entendia que nem tudo pode ser da nossa maneira, mas eu não sabia nada. Hoje eu vejo que ser taxativo, irredutível na maioria das questões só causa um estresse desnecessário e isso foi o meu pequeno que me ensinou.
E quer saber, eu me acostumei com a ideia e acho muito lindo ele chupando o dedinho.

2 comentários:

  1. Você esta escrevendo muito bem!!!
    Parabnéns pelo Nicolas e pelo Blog!!
    Estou lendo e aprendendo para quando eu for ter o meu! hehehhehe
    Beiãoooo

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  2. Adorei o post!
    Antes do bebê nascer sempre temos mil teorias e somos muito taxativas quanto à certos hábitos, mas depois que o bebê nasce TUDO muda!
    Eu brinco que eu era uma ótima mãe antes de ter filhos (esse é um título de um livro)! Hahaha! Tudo aquilo que eu dizia com todas as letras que não faria de jeito nenhum com a minha filha, hoje me vejo fazendo...e vice-versa! No fim, tudo o que conta são os nossos instintos e o que a gente acha que será bom para os pequenos!
    Beijão

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